Intolerância e Rigidez – Bacellart Psicólogo USP
Idealização do mundo perfeito na intolerância e rigidez:
A pessoa que existe na intolerância e rigidez, é como se entendesse que o universo, o mundo, mas pessoas; deveriam/poderiam ser, corretas, com grandes virtudes, louváveis. Por vezes parecem de uma ingenuidade de uma criança que realmente crê isso ser possível; bastaria as pessoas terem a consciência de que são más e seguirem os caminhos dos bons e justos.
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Política e Religião
Essa idealização de mundo moralmente perfeito, naturalmente é algo lindo e desejável; mas difícil de ser posta em execução devido à natureza humana, desde sempre estamos em guerra. Claro que há melhoras notáveis em nossa história, mesmo em países onde há muita miséria como a Índia; contudo, como “deveria” ser, o “humano” idealizado moralmente, sobretudo por uma pessoa rígida; o deixa muito frustrado.
Logo, caso esteja engajado em uma visão determinada visão política e/ou religiosa, geralmente tecerá severas críticas a quem não segue essa forma de ser; e novamente se frustrará com membros de sua congregação que saíram do ideal de comportamento pregado pela própria instituição.
Ética e Moral:
Cito o Dicionário Houaiss:
Moral:
4.1 Que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado grupo social. 4.2 que denota honestidade; correto.
Ética:
1 parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano (…).
Conclusão: muitas vezes o indivíduo existindo na rigidez e intolerância, citará preceitos da lei jurídica, política, moral e/ou de Deus, para julgar negativamente os atos que entende incorretos dos indivíduos; e defender sua visão purista e ortodoxa dos seus valores.
Casamento/relacionamento pessoal e com o psicólogo
Muitas vezes uma pessoa com rigidez e intolerância pode até conseguir relacionar-se amorosamente/socialmente; contudo em relação a ter amigos, é mais difícil, pois, devido à dificuldade em flexibilizar, como exige uma relação; e muitas vezes por o outro não seguir seus padrões de ser ‘correto’.
Intolerância e Rigidez –
A Mentira e a dissimulação:
Ambas são usadas nas relações humanas, não apenas para prejudicar; mas muitas vezes para proteger uma pessoa de uma informação que ela não estava preparada para receber, como contar a uma criança que o pai não está viajando a trabalho, mas por ser suspeito de abuso sexual com seu primo; ou caso o patrão pergunte o que ele acha da empresa, não dizer que acha incorreto vários pontos para manter o emprego. Assim, o rígido, por vezes precisa “escapar” de situações que possam ir contra seus preceitos, fazendo muito uso de seu direito de calar-se, omitir.
Então, por não conseguirem flexibilizar no uso de “táticas sociais”, da chamada “mentira branca”, dizerem o que realmente pensam, serem severos e intolerantes; de modo geral seus relacionamentos tendem a serem poucos e quase sem intimidade/abertura; podendo muitas vezes sentirem-se sós.
Formalidade:
Entra nessa questão de trato social, o jeito de ser formal, por ser o “correto” e evitar intimidade e trocas sociais que são indesejáveis pelos atritos de visão de existência. Na formalidade existe a “maneira correta de como se portar”, é o que faz consigo e deseja com os outros.
O problema com o psicólogo:
O analisando por vezes poderá querer interromper sua terapia devido ao psicólogo não agir em algum detalhe que ele gostaria, causando uma enorme decepção. Por outro lado, se o psicólogo se porta como ele, formal e perfeito; terá mais dificuldade em “ir quebrando” a casca dura do analisando. Isto é, portanto, uma relação delicada e difícil.
A enorme dificuldade de ao menos atenuar a intolerância e rigidez, mesmo fazendo terapia:
A necessidade psicológica que constituiu o indivíduo para ter essa postura “firme”, para que se caminhe rumo à flexibilização e compaixão é muito difícil e demorada; mas possível como a famosa “agua em pedra dura”. Precisa ser aos poucos, pois para a pessoa emocionalmente se estruturar e precisar menos da rigidez é algo bem gradual; para ser uma verdadeira mudança.
Semelhança com o TOC
Um indivíduo obsessivo-compulsivo, terá como base de ser, uma rígida existência que lhe garanta lidar melhor com medos. Quando se tem tudo planejado e por controle; ou ao menos acredita ter, sente-se menos desconfortável, por isso essa inflexibilidade geral.
Resumo em poucas palavras: Pessoa de bonitos princípios éticos, mas brigando com tudo.
Bacellart Psicólogo
Abordagem: psicoterapia fenomenologia existencial (Heidegger) e simpatia pela Psicanálise do amadurecimento de Winnicott. Se necessário, orientação comportamental de terapia breve.
Aluno convidado, doutorado USP (Gilberto Safra) e PUC (Zeljko Loparic).
Especialista em depressão, casamento e namoro.
Consultório Av. Paulista, Jardins, Cerqueira César, Bela Vista, Jardim Paulista. Metrô Consolação ou Masp/Trianon.
Possibilidade de entrevista para TV, rádio, revista e jornal.