“Eu não faço sentido”. Falta de propósito na vida. Bacellart Psicólogo USP.
“Eu não faço sentido” – Falta de propósito na vida.
A sensação de “eu não faço sentido” é um eco profundo e angustiante que pode ressoar na psique de um indivíduo, uma experiência que Winnicott, renomado psicanalista britânico, explorou em sua teoria do amadurecimento emocional. Essa sensação pode ser compreendida como uma manifestação de dificuldades na formação de um self verdadeiro e integrado, um self que se sente autêntico, coeso e conectado com o mundo. A partir dessa perspectiva, explorarei as nuances dessa experiência, suas raízes no desenvolvimento inicial, o papel da psicoterapia na jornada de autodescoberta e o caminho para a integração de um ‘EU’ autêntico e significativo.
O EU Verdadeiro e o Falso* EU: Uma Dança Delicada na Construção da Identidade:
*”falso” não no sentido negativo, pode ser visto como ‘adaptado’.
Winnicott postula que o self verdadeiro é a nossa essência espontânea e criativa, a fonte da nossa vitalidade e autenticidade. É a parte de nós que sente, deseja, sonha e se expressa livremente. No entanto, em um ambiente que não proporciona o suporte emocional necessário, a criança pode desenvolver um falso self como mecanismo de defesa. O falso self é uma máscara que usamos para nos proteger, para nos adaptar às expectativas dos outros e para evitar a dor da rejeição.
Essa dinâmica entre o verdadeiro e o ‘não verdadeiro’ é fundamental para compreender a experiência do eu não faço sentido. Quando o falso self se torna dominante, o self verdadeiro pode ser sufocado, levando a uma sensação de vazio, de falta de sentido e de desconexão consigo mesmo. A pessoa pode sentir que está vivendo uma vida que não é sua, que está desempenhando papéis que não lhe pertencem e que não consegue se conectar com seus desejos e sentimentos mais profundos.
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As Raízes da Desconexão: A Busca por um Ambiente Suficientemente Bom:
Winnicott enfatiza a importância do ambiente inicial, especialmente a relação com a mãe ou cuidador principal, no desenvolvimento de um self verdadeiro e integrado. Um ambiente suficientemente bom é aquele que oferece à criança a oportunidade de se expressar livremente, de ser vista e aceita em sua individualidade, e de experimentar a frustração de forma gradual e suportável.
Quando esse ambiente não é proporcionado, a criança pode internalizar a sensação de que seus sentimentos e necessidades não são importantes, que ela não é vista em sua totalidade e que precisa se adaptar para ser amada e aceita. Essa internalização pode levar a uma profunda sensação de inadequação e de falta de sentido, que pode se manifestar em diferentes momentos do existir.
“Eu não faço sentido” – A Psicoterapia como Espaço de Reconexão e Autodescoberta:
A terapia winnicottiana oferece um espaço seguro e acolhedor para que o indivíduo possa explorar a experiência do “eu não faço sentido” e se reconectar com seu self verdadeiro. O terapeuta atua como um “ambiente suficientemente bom”, oferecendo empatia, aceitação incondicional e a oportunidade para o paciente se expressar livremente, sem medo de julgamento.
Através da relação terapêutica, o paciente pode gradualmente se sentir visto, ouvido e compreendido em sua dor e em sua busca por sentido. O terapeuta pode ajudar o paciente a identificar as raízes da desconexão, a elaborar as experiências dolorosas do passado e a desenvolver novas formas de se relacionar consigo mesmo e com o mundo. Também pode envolver o uso de técnicas como o brincar e a criatividade, que podem ajudar o paciente a acessar e expressar seu self verdadeiro de forma mais espontânea e autêntica. O brincar, em particular, é visto como um espaço potencial para a experiência do self verdadeiro e para a integração da personalidade.
O Caminho para a Integração: Rumo a um ‘EU’ Verdadeiro e Significativo:
A integração do self verdadeiro e do falso self é um processo delicado e gradual, que requer paciência, autocompaixão e o apoio de um ambiente terapêutico seguro. O objetivo não é eliminar o falso self, mas sim integrá-lo ao self verdadeiro; de forma que ele possa ser utilizado como uma ferramenta adaptativa, sem sufocar a espontaneidade e a criatividade.
Ao se reconectar com seu self verdadeiro, o indivíduo pode começar a construir uma vida que faça sentido para ele, que reflita seus valores, seus desejos e suas paixões. A sensação de “eu não faço sentido”, eu não existo, eu não sou; pode ser um ponto de partida para uma jornada de autodescoberta e transformação; um convite para se libertar das amarras do passado e se abrir para as infinitas possibilidades do presente.
A Importância da Criatividade e da Espontaneidade:
DWW enfatiza a importância da criatividade e da espontaneidade na vida do indivíduo. A criatividade não se limita à arte, mas se manifesta em todas as áreas da vida, como no trabalho; nos relacionamentos e na forma como nos expressamos no mundo.
A espontaneidade é a capacidade de agir de forma autêntica e impulsiva, sem medo de julgamento ou de rejeição. É a expressão do self verdadeiro em sua forma mais pura e genuína.
Ao cultivar a criatividade e a espontaneidade, o ente humano pode se conectar com seu self verdadeiro de forma mais profunda e significativa; encontrando um novo sentido de propósito e de realização.
Considerações finais: Autodescoberta e Integração:
A experiência do “eu não faço sentido”, eu não existo, eu não sou, pode ser um desafio doloroso; mas também pode ser uma oportunidade para uma profunda jornada de autodescoberta e transformação. Ao explorar as raízes dessa experiência, buscar o apoio de um ambiente terapêutico seguro e cultivar a criatividade e a espontaneidade; o indivíduo pode se reconectar com seu self verdadeiro e construir uma vida que seja autêntica, significativa e cheia de propósito. A jornada para a integração do self é um processo contínuo, que requer coragem; compaixão e a disposição para se abrir para as infinitas possibilidades do existir.
Texto do mesmo tema: ‘Nós só fazemos o que nos faz sentido”: LINK
Bacellart Psicólogo.
Presencial e/ou online – Brasileiro.
Abordagem – dependendo do terapeutizando (paciente): amadurecimento (Winnicott) e/ou TCC Teoria Cognitiva Comportamental e/ou Fenomenologia Existencial (humanista).
Se necessário, orientação em terapia breve focal.
Especializado em depressão, ansiedade/pânico. Desenvolvimento Amoroso Pessoal e Profissional.
Aluno convidado ouvinte, doutorado USP (Gilberto Safra) e PUC (Zeljko Loparic), de 1997 a 2003.
Consultório 1 Av. Paulista, 2001 Bela Vista, Metrô Consolação e Trianon-MASP, linha verde. São Paulo SP, Brasil.
Consultório 2 Rua Oscar Freire, 375, Jardins. Metrô Oscar Freire. São Paulo SP, Brasil.
Possibilidade de entrevista para TV, rádio, revista e jornal.
Emissão de Recibo para Reembolso, Seguro Saúde, Convênio Médico ou I.R. – LINK
Principais Seguros Saúde – Convênio Médico:
Bradesco, Sulamérica, Itaú, Porto Seguro, Allianz, Lincx, Cassi, Servidor Público, BC, BB, Caixa.
Espero Ter Ajudado!
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