Fazem Mal?

Psicoterapia com certeza e, se necessário ajuda medicamentosa:

Dependendo da severidade da depressão, sem medicação; dificulta inclusive no desenvolvimento psicoterápico. Contudo, quanto mais vezes na semana o indivíduo puder estar na terapia, menos remédio precisará

 

Como sou psicólogo, é comum pessoas me questionarem se numa depressão vale o uso de antidepressivo e/ou calmante (pois afeta o sono). Lembro que o fundamento dos remédios é ajudar. Contudo, se a pessoa for contra uso, e tiver certeza que com: Floral de Bach / Yoga / Meditação / Psicoterapia / Homeopatia / Oração / Fitoterapia / Acupuntura / Medicina Chinesa ou Hindu / Rituais místicos-exotéricos, ou qualquer outra solução “leve” resolverá seu problema, qual seja, por exemplo uma infecção intestinal, concordo que é melhor do que “droga” alopática.

Medicação alopática costuma ter efeitos colaterais e por vezes o valor atrapalha; contudo, creio que o principal é um efeito satisfatório; como acontece com uma morfina que tem um livro de efeito colaterais sérios, mas o ‘custo benefício’, faz valer a pena. Então, dependendo do quão alterado o indivíduo estiver, afetando negativamente seu humor não só a falta de esperança, mas também a irritabilidade; é importante cuidar do momento depressivo.

© Copyright – Bacellart Psicólogo USP- O ensaio aqui publicado pode ser reproduzido; no todo ou em parte, desde que citados o autor e a fonte.

Muitas vezes, acredita-se que qualquer medicação faz mal, que é melhor evitar remédio a todo custo, sobretudo para o cérebro, pois, imaginam que:

      1. “Cria vício eterno” – É sempre retirável se necessário, gradualmente, sem grandes dificuldades.
      2. “Altera a personalidade” ¹ – O que muda para melhor, é que realmente altera é a melhor disposição para o viver vida e diminuição de ansiedade.
      3. “É sinal de personalidade fraca” ² – É sinal de humildade para aceitar ajuda (algo nobre), o mesmo vale para a psicoterapia.

 

“É uma muleta” Antidepressivo pode ser considerado assim; mas, quando se quebra o pé é necessário usar muleta, cadeira de rodas, bengala e robofoot.

1) “Efeitos colaterais terríveis” – Sim, a pessoa pode não se adaptar bem a medicação, para isso existem várias possibilidades para troca e/ou ajuste de dosagem. Cito como exemplo prejuízos comuns para o estômago: pode proteger com remédio e tomando após alimentação. Pode-se alegar que: “vou tomar algo que pode afetar o estômago, e ainda terei que tomar outro remédio para protege-lo, que absurdo!”. A questão é, na proposta de ‘saldo da balança’, o que tem resultado mais positivo. Depressão/ansiedade afetam muito mais o estômago do que o uso (em raras exceções) da medicação.

2) “Engorda” – Pode ocorrer, assim como pode emagrecer. Na maioria dos casos não acontece isso. Contudo, uma pessoa com depressão, pode emagrecer por não se alimentar bem, ou engordar por diminuição de atividades.

3) “Afeta a sexualidade”. Sim – Contudo, dependendo do nível da depressão, melhora a sexualidade. No caso de afetar a sexualidade, a pessoa precisa concluir o que vale a pena no período de cuidado de si: melhorar a depressão ou manter a sexualidade.

*1 – Quando se necessita muito de controle na vida, existe esse medo do remédio; assim como há o medo de viajar de avião, fazer uma cirurgia, etc.

*2 – Quando se necessita muito de aprovação dos outros e de si mesmo (para consigo), quando a pessoa tem o chamado “orgulho”, um problema de autoestima: se for baixa, tem alta autoestima como defesa – ou problema de alta autoestima. A pessoa não consegue pedir ajuda, como tomar medicação, fazer psicoterapia, um conselho, etc. Inclusive dificuldade com autocrítica, pois seria perceber um erro próprio, algo muito incômodo.

Comparando antidepressivo com uso de álcool³, inclusive o vinho –

O antidepressivo, entre outros tipos, se for o caso, ajuda na psicoterapia, que é o principal tratamento:

 1) Cria vício⁴ de enorme dificuldade de retirada, como todos sabem. Não há nenhum tratamento no estilo AA para desmame de antidepressivos.

2) Altera a personalidade – Faz a pessoa perder emprego/relacionamentos, noção de realidade e de si-mesmo. É comum o álcool levar uma pessoa a morar na rua, não um antidepressivo.

3) É sinal de personalidade que não teve força para lidar com desavenças da vida e/ou de inconsequência com seus efeitos perversos no corpo/psiquê.

4) Efeitos “colaterais” sérios – Prejudica o corpo por completo, inclusive a psiquê, medo de que a personalidade seja alterada.

 5) Álcool é calórico, engorda. Sal provoca hipertensão. Açúcar, uma enormidade de doenças. Gordura entope veias do cérebro e provocam problemas neurológicos.

6) Afeta a sexualidade. Álcool é uma droga depressora, por exemplo, não é indicado vinho antes do sexo, a fim de potencializá-lo. Muitas vezes o álcool diminuirá o desempenho sexual. Exceção, é quando o uso do álcool permite uma pessoa inibida se soltar, ou quando atenua a ansiedade possibilitando um melhor desempenho sexual. Nesses casos, nunca é indicado a permanência do uso do álcool para o sexo, mas sim de psicoterapia.

 

*3 – Meu colega Drauzio Varella em estudo sério escreveu que “Além de reduzir o risco de ataques cardíacos fatais e não fatais quando usado em dosagem moderada, nenhum outro efeito benéfico do álcool para a saúde foi demonstrado até hoje”. Mas, como se sabe, o que foi “demonstrado até hoje”, sõ os problemas do álcool.

Acho bom o consumo consciente de álcool, sobretudo em confraternizações, mesmo em certos exageros conscientes e bem eventuais; contudo, estou fazendo um paralelo de droga antidepressiva com droga álcool; no sentido dos preconceitos.

 *4 – Vício pode ser para várias coisas, além de comuns como café, coca-cola e chocolate: pão com manteiga no café da manhã, tv, estudo, trabalho, e tantos hábitos que podem atrapalhar, mas que não se retiram ou mudam.

Antidepressivo é prejudicial ao corpo? – Mitos:

E as outras drogas: gordura, açúcar, etc:

Comparando com uma droga pesada como cigarro que acalma, um calmante tomado por muitos anos não chegará perto dos enormes males do fumo. Não há na literatura médica, estudos que provem males do calmante e do antidepressivo; eventualmente até pode haver redução mental, mas é preciso levar em conta a vida do indivíduo: faz atividade física e mental? Tem relacionamento amoroso e social? etc. Contudo, os males que uma ansiedade faz na vida de uma pessoa, causa um prejuízo enorme se comparado com o “mal” de um ansiolítico.

É sabido também, que os males que uma depressão, ansiedade, insônia, irritabilidade; perda ou baixo desempenho de atividades importantes (trabalho) assim como de relacionamentos, é muitíssimo pior que o possível efeito colateral do remédio.

Vale lembrar, para quem gosta de “compensar” o desequilíbrio emocional com exageros em: esporte, compras, trabalho, viagens, estudo, baladas, etc; além dos problemas financeiros, lesões físicas e estresse, isso será pior que a medicação e pode tornar-se um vício.

Comparação Antidepressivo com Alimentos “venenosos”:

 Informe-se: dieta rica em gordura e pobre em frutas, legumes e verduras, causa mais ou menos mal que um antidepressivo?

O importante é estar ativo, em movimento, como a água, meu colega Dráuzio Varella em entrevista: “é o sedentarismo que acaba com o organismo. Pressão alta, diabetes, problemas articulares… O corpo sem movimento vai enrijecendo as articulações, deteriorando o sistema respiratório, destruindo vasos sanguíneos”.

Também é óbvio que caso a pessoa possa se dedicar a uma psicoterapia, atividade física, meditação, arte, relacionamentos sociais, cursos, e outras coisas que fazem bem; caso não seja uma depressão/ansiedade grave, crise psicótica e outros males terríveis, é possível não precisar do antidepressivo. O melhor é uma associação de cuidados, isso produz um efeito melhor, por exemplo: psicoterapia + remédio + caminhadas + relaxamento mental.

Quer um bom desenvolvimento no que a psicoterapia pode lhe ajudar? Vincule-se firme a ela.

Como qualquer outra coisa, se você quer um melhor desempenho, exige dedicação e paciência.

Quando uma pessoa vem para cuidar de si, por exemplo com uma depressão, é uma excelente oportunidade para desenvolver-se, amadurecer fortalecer sua personalidade. Depressão não é difícil atenuar, o mais importante no seu cuidado psicoterapêutico, são as mudanças de seu EU que vão repercutir em toda a sua vida em vários aspectos. Por favor, além da terapia; dependo do quão incapacitante você estiver, cuide de sua depressão tratamento antidepressivo.

Cuidar de si, é fundamental na vida, é nossa responsabilidade, inclusive dos outros.

 

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Espero Ter Ajudado!

 

Fontes:

 

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