Cap 4. Em Situações Tensas:
Foco na Diplomacia:
A Comunicação é o modo privilegiado da convivência humana, essa é uma proposta básica de civilidade.
4º capítulo, parte 1.
Não há como viver sem comunicação; quanto mais madura/equilibrado é o indivíduo, melhor se comunica; o relacionamento se enriquece e consequentemente torna-se saudável. Por menos que se goste do colega, gestor e diretor; exercer a diplomacia (arte de relacionamento, habilidade em negociação), faz parte, inclusive, não apenas do desenvolvimento profissional, mas também do pessoal.
Johann Goethe – importante Escritor Alemão:
‘Falar é uma necessidade, escutar é uma arte’.
© Copyright – Bacellart Psicólogo USP – Capítulo de seu Livro Registrado na Biblioteca Nacional – Protocolo ISBN 978-85-7138-233-6.
A troca de ideias, envolve:
1) Respeito pela opinião alheia, o não radicalismo.
2) Flexibilidade para mudar de ideia devido ao argumento do outro ser melhor embasado; ou acrescentar algo que teve de interessante no ponto de vista com se estava.
3) Acolhimento, ouvir, abertura para compreender o que é dito.
4) Não entrar em competições para mostrar quem tem a melhor posição.
5) Propor seu ponto de vista com humildade.
6) Tentar, um mínimo ao menos, pensar antes de falar; ou falar com calma, para evitar possíveis problemas.
7) Não entrar em competição, sentindo prazer em superar o outro; como que acreditando que “ganhou a discussão”.
8) Empatia no sentido de se aproximar do outro. Pois se colocar no LUGAR dele, é sentir o que ele sente, se transformar nele e não ter visão analítica.
Traços de personalidade que tem maior dificuldade na comunicação diplomática saudável:
1) Arrogante / problema de alta autoestima pois tem a tendência a impor suas “verdades”, não negocia.
2) Fechada/Defendida, o que é óbvio. Pode ser uma excelente pessoa, mas esse distúrbio acaba por deixá-la ‘incomunicável’, ou de comunicação restrita e superficial.
3) ‘Eu’ Frágil, ou seja, a pessoa não se estruturou de forma a ter uma firmeza em suas convicções. Tem a tendência a concordar com as propostas majoritárias, sem definir claramente o que pensa – na verdade não chegou a se constituir esse autêntico pensamento.
Comunicação Diplomática/Pacífica:
O sentido positivo da palavra DISCUSSÃO: Argumentar, no sentido de apresentar ideias, fatos. Continuando, vamos para o termo PROPOR: Quando se propõe algo, se oferece uma opção à apreciação do outro, de modo tranquilo.
Relacionamento sem uma boa comunicação; ou seja, quando envolve situações constrangedoras, até é possível, mas é limitado. Toda discussão provoca enriquecimento, abertura de horizontes. Quando um engenheiro se une a um arquiteto, a um sociólogo e um historiador; para decidir como será determinada obra pública, esse empreendimento certamente será melhor para a empresa e gerará um impacto maior na sociedade.
Comunicação é um exercício difícil, mas necessário:
Nós não fomos preparados para ter paciência com o colega/gestor/diretor para lidar com uma situação delicada e constrangedora. Sobretudo nós, brasileiro, vindos de uma cultura autoritária e pouco adulta; há um certo melindre, receio que machuque o outro e ele fique muito aborrecido, talvez até inicie uma briga. Contudo, até mesmo profissionais de países civilizados tem problemas no diálogo, podem ser muito objetivos, duros, indiferentes.
Pois bem, se o comunicar-se é algo difícil, não estamos habituados, não nos ensinaram; muitas vezes tentamos formas que até pode “resolver” momentaneamente, mas tem curta duração depois de um tempo não dão mais certo. Como dizer: “tá tudo bem”, “esquece isso”; e outras expressões do tipo; sinalizando de forma superficial que não é necessário abrir o tema e explorá-lo, aprofundar-se, clarear o tema e chegar não apenas numa diretriz para o problema concreto; mas sobretudo para enriquecer a relação.
Por isso que digo que é um exercício, o colaborador não consegue (devido aos entraves de sua personalidade), é difícil, vai demorar até chegar a fazer isso de forma tranquila, corriqueira. Tendo como rumo o desenvolvimento na importância da comunicação madura; mas em seu autoconhecimento, o desenvolvimento certamente virá.
Discutir a relação civilizadamente, é possível:
Segundo o dicionário Houaiss, discutir tem o sentido de ‘analisar questionando’ e, esse é um ótimo sentido e motivo para uma Comunicação Saudável; algo que se faz em parceria, unidos com o mesmo propósito, com uma certa imparcialidade para não haver desentendimentos desagradáveis.
1) Reconhecer os seus limites: O quanto você já se desenvolveu ou não em conseguir ter uma conversa produtiva, se expondo, ponderando, aberto(a) a críticas, visando uma melhora para todos. Caso se perceba com, comunique isso e peça ajuda para que a conversa flua bem.
2) Reconhecer e aceitar os limites do outro: o(a) colega tem dificuldade de se abrir? ele(a) consegue ir se abrindo mas precisa tempo? Ele(a) sente-se cobrado e “contra-ataca”? Diga que reconhece e entende essas limitações na pessoa e que levará em conta durante o diálogo.
3) Se você consegue se comunicar “minimamente” com seu gestor: Sim, isso mesmo, então você tem a capacidade de conseguir com sua(eu) colega. Se o funcionário tivesse algum problema psiquiátrico sério; não conseguiria ter uma reunião no trabalho sem perder a calma e criar sérios problemas. Entendo que há um esforço em se portar diante de um superior hierárquico, pelo receio de não corresponder a expectativas e sofrer consequências. Contudo, se caprichou no diálogo com o gestor e conseguiu, mesmo que “forçado e mentiroso”; para agora, visto que o desenvolvimento profissional/pessoal precisa de um tempo, é possível colocar em prática com seu colega.
Discutir, também no Dicionário Houaiss, significa “entrar em entendimento sobre algo.
Debate também seu sentido ‘em conjunto e positivo’ – Examinar conjuntamente um assunto:
4) Olhar e Tom de voz: Como em tese essa será uma conversa presencial, um olhar tenro, um tom de voz brando, são essenciais. Uma palavra, de certa forma, pode ter seu sentido alterado, sobretudo pela sua expressão corporal, com ênfase ao olhar, e do tom de voz: “lá vem o negão”, sorrindo, pode ser dito por uma funcionária que gosta muito de seu colega e está contente com sua aproximação; não necessariamente algo homofóbico, preconceituoso.
5) Como sócios: A sua proposta, por estar lendo esse livro, é a melhoria no diálogo, e claro, da parceria. Então, facilitaria muito se os colegas tivessem esse intuito em comum, é desejável tentar perguntar simpaticamente algo como: “acho que seria bom termos uma comunicação melhor aqui”, ou algo menos formal como “acho que precisamos conversar mais em equipe, para o trabalho sair melhor, o que acham?”
Reunião: irão precisar “se reunir”. Essa palavra parece como uma solenidade, uma formalidade, com pauta e hora marcada. Acho que pode ser feita de forma “amadora”, algo como “vamos dar uma palavrinha ali no café?” Afinal, é preciso um mínimo de tempo para “acertar os ponteiros”; para não deixar a situação/problema “jogada no ar”. Ou, quando “estiver pegando fogo”, vamos lá, resolvemos, mas não dialoga para uma estratégia de como evitar futuros “incêndios”. Por isso, gosto de fazer uma comparação como se os colegas/equipe/gestão, fossem uma empresa, por mais que os sócios não se gostem; o objetivo é em comum, é preciso conversarem diplomaticamente.
Caso não consiga de forma alguma comunicar-se com o gestor/colega, nem por email, sugiro bilhete escrito a mão:
Essa é uma situação típica que escuto no meu consultório, seja em psicoterapia, seja como Terapeuta profissional. Certamente que lidaremos com pessoas que não conseguem e não querem crescer profissionalmente; não se preocupam com seu crescimento e com a concorrências e sentem (e as vezes pode ser real), que são insubstituíveis.
Enfim, há situações em que o colaborador não se abre a conversar e nem responder email (mesmo com cópia para outros), pois “não tem tempo”; ou simplesmente se cala e se esquiva. Por enquanto, não tive outra ideia, a não ser, o colaborador deixar um bilhete (geralmente para o gestor), embaixo do mouse; enfim, local que terá certeza que será visto, e, esperamos lido.
A questão então, vai na redação desse bilhete. Como você estará lidando com uma pessoa… digamos… de uma forma polida, que tem sérios problemas pessoais, por ter tanta dificuldade em um mínimo de comunicação necessária. Então, é preciso caprichar na escrita, visto que a mesma não tem olhar e tom de voz, e as palavras podem ser entendidas de várias formas. Sugiro que inicie esse bilhete como uma “bandeira branca de paz”, elogiando o gestor, “reconhecendo” que ele trabalha demais e não tem condições de tempo para conversar e responder emails; explicando bem objetivamente a questão. Além de usar palavras importantes como: desculpe, por favor e muito obrigado.
É preciso ter em mente que, na diplomacia, se resvala na dissimulação. E, esse disfarçar de sentimentos e intenções não necessariamente é algo ilegal;
Isso é semelhante a querer xingar alguém numa reunião mas sorrir para ele. É assim que se negocia civilizadamente. Como Melhorar a Comunicação na Empresa, assim ocorrerá.
Nossa dificuldade em nos revelarmos ao outro:
Muitas vezes é difícil entrarmos em contato com nós mesmos, pois nos depararmos com nossas questões como:
1) Sentido de vida.
2) Nossos sofrimentos.
3) Nossos problemas psicológicos, culpas, decepções, etc.
Compartilhar isso com o outro; claro, é muito mais complexo, mesmo que para temas não tão sérios exige uma sofisticação na relação. Precisaremos estar à vontade em sabermos que seremos verdadeiramente compreendidos; saber que não será criticado negativamente, julgado e condenado. Isso, obviamente, ocorrerá com quem temos muita confiança, afinidade e história.
Mas, com o desenvolvimento de pontos de nosso ‘EU’ que não foram bem amadurecidos: abertura, identificação até onde pode ir, maior confiança.
Tema Base: Não ter receio de que por uma iniciativa diplomática sua, gere um conflito – exercite.
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